sábado, 31 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Uma viagem poética pelos trilhos da periferia




Quando a jornalista Andréa Souza ouviu as explicações da professora sobre Sinfonia (termo utilizado para designar a trilha sonora em filmes do início do século XX) no curso de Cinema, da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, não poderia imaginar a repercussão que isso daria. Instigada com as possibilidades de elaborar um processo fílmico tendo a música como espinha dorsal, buscou no cotidiano da periferia uma fonte que pudesse tornar esta experiência em algo tátil – O transporte ferroviário veio como resposta. Neste fluxo de pesquisar as engrenagens deste meio de transporte, recebi seu convite para participar do projeto. Marcamos uma reunião em sua residência. Debatemos exaustivamente o tema, e o transformamos em roteiro. A realidade de milhares de assalariados do subúrbio seria registrada num curta-metragem. Foi escolhido o trajeto: Nilópolis à Central do Brasil. Porém, havia um problema que nos rondava - Como realizar as filmagens diante da falta de equipamentos? Nossa única chance era optar pelas novas formas de captação. Fui incumbido de gravar cada momento da viagem com uma câmera fotográfica digital (Kodak EasyShare C743). No entardecer de uma sexta-feira aporto na estação de Nilópolis. Passam muitos minutos até o trem dar sua ligeira parada na plataforma. Dentro da composição observo rosto por rosto, dividido entre o ininterrupto balanço do vagão e o ranger absurdo do seu contato na linha férrea. As pessoas surpreendidas pela invasão de uma lente no espaço tentavam decifrar qual o sentido daquele ato. Chego ao meu destino. Mesmo sabendo da intensa movimentação, o mar de gente me intimida. Não posso recuar... Mergulho na multidão. Uma semana após as gravações apresento o material editado ao músico Cesar Carvalho. Exponho minha visão sobre a obra. Ele prontamente diverge do conceito urbano que formulei do curta. Diz que isso sempre era proposto em outros trabalhos, e agora precisávamos ir contra a maré. Levam três dias para que a música “Vendo os vagões” seja concluída. Sua estrutura se difunde na serenidade e dissonância, burlando a rigidez estabelecida pela metrópole. Enfim naquele Setembro de 2008 o produto fílmico “TRILHOS” saía do forno, revestido da pretensão de ganhar o mundo. Cópias são enviadas para diversos festivais do Brasil, nos quais somos selecionados em quatro: Mostra do Filme Livre/2009, CineRock/2009, Iguacine/2009 e Curta Cabo Frio/2009. Sendo exibido recentemente em Junho/2010 no programa Olha o Curta, da UniTeve (Site e canal à cabo da Universidade Federal Fluminense). A lacônica duração de 2 minutos e 58 segundos desta obra visa em suas entrelinhas inserir poesia na labuta do homem comum, desmistificando por meios sutis a propagada teoria de inferioridade dos habitantes de regiões periféricas.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

Marão e os realizadores da Baixada




Matéria do tablóide Segundo Caderno (11/07/2010), do jornal O GLOBO , na qual o produtor de desenhos animados Marão fala sobre seus projetos, e também faz comentários sobre outros realizadores da Baixada Fluminense.

sábado, 10 de julho de 2010