“Uma luta épica!”, foi
desta forma que a imprensa mundial classificou a luta da madrugada do dia 22 de
setembro do UFC 165, entre Jon Jones e Alexander Gustafsson no Air Canada Centre,
em Toronto. Realmente o octógono teve 5 rounds de pura adrenalina, pois
qualquer um dos lutadores poderia sair com o cinturão. Pela primeira vez impuseram
duas quedas e um profundo corte no supercílio direito ao campeão dos
meio-pesados do UFC, que o incomodou por boa parte do confronto devido o sangramento constante.
O desafiante Gustafsson
não se intimidou com o apoio do público a Jon Jones, tratando de impor seu jogo
nos minutos iniciais do combate. A boa movimentação do sueco dificultou a
eficácia dos golpes de Jones, principalmente suas impiedosas cotoveladas que
tem sido um poderoso recurso contra os adversários. Utilizando um boxe afiado,
Gustafsson superou em certos momentos o muay thai de Jones, o que provocou
surpresa a todos que assistiam o evento no ginásio e pela TV. Considerado como
o lutador mais completo da atualidade, o americano sofreu severos jabs que resultaram em pontuais hematomas no
rosto. Sua guarda teve dificuldades para neutralizar os socos de Gustafsson. O
mesmo porte físico prejudicava a técnica de distanciamento muito utilizada por
Jon Jones, que surtira efeito em outros combates com lutadores de menor
estatura.
A partir do terceiro
round o panorama inverteu, o americano soube se favorecer do cansaço do
oponente para aplicar chutes frontais e joelhadas. Tendo o rendimento diminuído
drasticamente, Gustafsson começou a sentir na pele a potência dos golpes liberados
por Jones. A crescente atuação do americano dentro do octógono levou Gustafsson
a deixar de lado sua postura agressiva, e ficar os minutos restantes se
esquivando das investidas de seu algoz.
Nos últimos rounds
Jones abriu seu arsenal de cotoveladas giratórias, minando aos poucos a
resistência de Gustafsson. O europeu acreditava numa sobrevida, trôpego ia para cima do campeão, mas seus socos haviam perdido a força. Jones experiente
seguia pontuando. O sinal decretou o encerramento da luta, ambos gladiadores do
século XXI vibravam e a torcida ensandecida gritava o nome de Jon Jones. Alguns
minutos depois era entregue o resultado. Na decisão unânime dos jurados: 48-47
/ 48-47 / 49-46, o norte-americano pela sexta defesa consecutiva mantinha o cinturão
dos meio-pesados.
Fica uma lição, Jones
não é este lutador imbatível que muitos teimam em dizer. Sua hegemonia ficou míseros
centímetros do abismo, quase o fenômeno do MMA viu um currículo vitorioso arremessado
na lona; e Dana White deve ter sentido calafrios ao imaginar isto. Diante
destas coisas paira no ar a pergunta – Um adversário extremamente técnico, com
maior efetividade nos golpes poderá derrotá-lo?