quarta-feira, 25 de setembro de 2013

UFC 165 - O duelo de titãs




“Uma luta épica!”, foi desta forma que a imprensa mundial classificou a luta da madrugada do dia 22 de setembro do UFC 165, entre Jon Jones e Alexander Gustafsson no Air Canada Centre, em Toronto. Realmente o octógono teve 5 rounds de pura adrenalina, pois qualquer um dos lutadores poderia sair com o cinturão. Pela primeira vez impuseram duas quedas e um profundo corte no supercílio direito ao campeão dos meio-pesados do UFC, que o incomodou por boa parte do confronto devido o sangramento constante.

O desafiante Gustafsson não se intimidou com o apoio do público a Jon Jones, tratando de impor seu jogo nos minutos iniciais do combate. A boa movimentação do sueco dificultou a eficácia dos golpes de Jones, principalmente suas impiedosas cotoveladas que tem sido um poderoso recurso contra os adversários. Utilizando um boxe afiado, Gustafsson superou em certos momentos o muay thai de Jones, o que provocou surpresa a todos que assistiam o evento no ginásio e pela TV. Considerado como o lutador mais completo da atualidade, o americano sofreu severos jabs  que resultaram em pontuais hematomas no rosto. Sua guarda teve dificuldades para neutralizar os socos de Gustafsson. O mesmo porte físico prejudicava a técnica de distanciamento muito utilizada por Jon Jones, que surtira efeito em outros combates com lutadores de menor estatura.

A partir do terceiro round o panorama inverteu, o americano soube se favorecer do cansaço do oponente para aplicar chutes frontais e joelhadas. Tendo o rendimento diminuído drasticamente, Gustafsson começou a sentir na pele a potência dos golpes liberados por Jones. A crescente atuação do americano dentro do octógono levou Gustafsson a deixar de lado sua postura agressiva, e ficar os minutos restantes se esquivando das investidas de seu algoz.

Nos últimos rounds Jones abriu seu arsenal de cotoveladas giratórias, minando aos poucos a resistência de Gustafsson. O europeu acreditava numa sobrevida, trôpego ia para cima do campeão, mas seus socos haviam perdido a força. Jones experiente seguia pontuando. O sinal decretou o encerramento da luta, ambos gladiadores do século XXI vibravam e a torcida ensandecida gritava o nome de Jon Jones. Alguns minutos depois era entregue o resultado. Na decisão unânime dos jurados: 48-47 / 48-47 / 49-46, o norte-americano pela sexta defesa consecutiva mantinha o cinturão dos meio-pesados.

Fica uma lição, Jones não é este lutador imbatível que muitos teimam em dizer. Sua hegemonia ficou míseros centímetros do abismo, quase o fenômeno do MMA viu um currículo vitorioso arremessado na lona; e Dana White deve ter sentido calafrios ao imaginar isto. Diante destas coisas paira no ar a pergunta – Um adversário extremamente técnico, com maior efetividade nos golpes poderá derrotá-lo?