São 20 anos de experiência na área de produção artística, os quais foram vividos dentro de emissoras como Globo, Rede Record e SBT, Verônica Brendler traz agora toda esta bagagem para o cenário evangélico. Através de sua empresa a Agenda Cultural Brasil, ela tem provocado uma “revolução” no eixo Rio - São Paulo, em meses tornou realidade o Encontro de Cineastas Cristãos e o Festival Nacional de Cinema Cristão, exibido ao vivo pela TV Boas Novas no dia 26 de outubro. A Rádio Atitude conseguiu achar um horário na semana cheia de compromissos desta produtora, e assim presentear os leitores com uma personalidade tão notável.
Alessandro Swinerd: Verônica, quando notou que havia
potencial no segmento evangélico para ministrar cursos de Elaboração de
Projetos?
Verônica Brendler: A Musica Gospel cresceu muito, hoje
é o mercado que mais cresce e mais vende, só fica atrás do sertanejo. Pela lei
se produz grandes eventos, CDs, DVDs, turnês, e muito mais, mas sem recursos
fica inviável. Em 2008 quando fiz o primeiro Curso de Produção Cultural percebi
o quanto podemos crescer. E em 2010 iniciei as palestras e cursos, e hoje já
aprovamos mais de 60 projetos na Lei Rouanet.
AS: Nesta década teve um “boom” de
produções audiovisuais de diretores cristãos em vários estados do Brasil. O que
impulsionou este fenômeno?
VB: Hoje temos mais de 100 curtas
metragens produzidos e mais de 20 núcleos de Longas Metragens. É importante
lembrar que o primeiro filme cristão no Brasil foi produzido em 1983 - “Que
diferença faz?”. Surgiram outras produções, mas na última década é que os
diretores se profissionalizaram mais e viram o cinema como uma estratégia pra
fomentar a Cultura Cristã.
AS: O Encontro de Cineastas Cristãos tem
dado resultados positivos. Pode mencionar alguns?
VB: Mensalmente realizamos os Encontros
no Rio (9ª edição - 18/11) e de 2 em 2 meses em Campinas (3ª edição). Já vemos
melhores produções, melhores roteiros. Nosso segmento carece de muitas
informações. O evento tem como objetivo formar novos olhares, dar visibilidade
aos cineastas e suas obras, unir a classe de produtores, diretores, atores,
profissionais da arte, distribuidores e exibidores e reunir também personalidades
ligadas às atividades cinematográfica do meio secular. Estimular também os
profissionais a produzirem obras com mais qualidade para disseminar valores e
fomentar a Cultura Brasileira.
AS: O templo durante séculos ficou
restrito às questões religiosas. Como é tratar de assuntos concernentes a
sétima arte dentro dele?
VB: Durante anos ouvimos dos púlpitos
que cinema era pecado (falo com propriedade, pois tenho 38 anos de igreja). A
igreja só se preocupava com o lado espiritual, não focava o lado cultural e
profissional. Graças a Deus isso já mudou e as lideranças vêem o Cinema como
uma grande estratégia. Deus é que distribui o talento como lhe apraz, para
glorificação do seu nome.
AS: Sendo uma produtora experiente, você
tem observado as carências que existem na formatação de projetos segundo as
normas exigidas pelos Editais de Leis de Incentivo. O que deve ser feito pelo
Ministério da Cultura, e órgãos da esfera estadual e municipal para que os
editais sejam mais acessíveis a classe artística?
VB: Os editais são muito acessíveis,
basta entrar nos sites governamentais e das empresas. Talvez uma divulgação
maior. A maior dificuldade está nos produtores cristãos que inserem os projetos
com linguagem cristã. Sendo assim os projetos são indeferidos.
AS: O que é produzir o Festival Nacional
de Cinema Cristão?
VB: Já realizamos a 1ª Mostra de Cinema
Cristão em outubro de 2012, mas produzir o Festival foi uma experiência e
tanto! Toda vez que você produz algo novo, precisa ter muita convicção e
certeza de tudo que está fazendo. A guerra espiritual foi muito grande, tinha
momentos que de meia em meia hora parava todo o trabalho e entrava em oração
pra paralisar as ações do inimigo. Resumo, muita fé e coragem, muita oração e
muito trabalho.
AS: Qual a relevância deste evento para o
Cinema Brasileiro?
VB: Nossa proposta é disseminar os
valores familiares e muitos filmes do cinema brasileiro já propagam essas
verdades, como Central do Brasil e muitos outros. O evento vem pra agregar o
cinema brasileiro e estimular os cineastas a produzirem mais e com mais
qualidade. Recebemos o convite do “Festival do Rio” pra participar com as
nossas obras. Isso prova o reconhecimento de grandes profissionais.
AS: Você considera que sua atuação
empreendedora mobilizará outros grupos e festivais de temática cristã pelo
país?
VB: Espero que sim! Seria muito bom se
outros produtores também realizassem festivais e mostras.
AS: O Festival dará vôos mais altos ano
que vem? Como, se tornar de nível internacional?
VB: Fechamos uma parceria com o “Gideon
Film Festival”, um dos maiores festivais de Cinema Cristão americano. O
Melhor Longa Metragem terá o seu filme exibido no festival e o (a) diretor (a)
terá a sua passagem paga.
AS: Que outros projetos estão em vista?
VB: Produzimos o curta metragem “O
Reencontro do Amor”, com a proposta de restaurar casamentos. Vamos exibi-lo
no cinema, nas igrejas, escolas, faculdades e comunidades. Em dezembro
iniciaremos o “Cinema na Praça”. Já fechamos algumas cidades. Em
março de 2014 também iniciaremos os Workshops sobre Cinema no Rio de Janeiro.
AS: Quais são as maiores dificuldades do segmento?
VB: A maior dificuldade é a falta de recursos, somos limitados sem eles. Desafio os empresários a investirem nos projetos, além de terem a sua logomarca em evidencia, beneficiam o crescimento do Reino de Deus. Solicite uma proposta.
VB: A maior dificuldade é a falta de recursos, somos limitados sem eles. Desafio os empresários a investirem nos projetos, além de terem a sua logomarca em evidencia, beneficiam o crescimento do Reino de Deus. Solicite uma proposta.
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